quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tortura gratuita - Bernardo Choir

Eu vim te pedir perdão, mas acho que isso não importa mais. Não depois de tantos drinks... Acabei por ficar bebado, mas isso também já não importa mais.
Ao ver você partindo com outro, foi o fim para mim.
Pior é imaginar-te, a noite em meu leito de fracasso, com ele... Em algum lugar que eu não posso encontrar.
Aquelas mãos pegajosas por todo o teu corpo... Ah, que inferno!
Porque me torturar? Não sei... Talvez eu goste de sofrer... Sofrer por você se tornou um vicio para mim. Mais que a bebida que desce rasgando minhas entranhas, que tomo na esperança de te esquecer.
Mas todas essas visões... Elas chegam silenciosas e põem-se a tirar pequenos fragmentos da minha alma todos os dias.
E eu fico a pensar o que houve com o seu amor desesperado, pois o meu continua aqui, guardado, trancafiado, resignado... Esperando a tua volta.
E tua volta... Tua volta, sim, seria minha fortuna e minha desgraça.
Eu te teria novamente ao meu lado, te devorando urgentemente, falando e cantando meu amor... E isso me faria mais mal do que nunca, do que agora. Onde entram novamente as visões... E eu me lembraria à todo momento a noite em que você desapareceu na rua calada em pleno sereno... Com ele... Com ele...
Ah, isso me multilaria de tantas formas... Meu orgulho, meu caráter, meu carinho, meu olhar, meus sorrisos...
Me quebraria em mil ao tocar-te e pensar que alguém, que não eu, a tocou. Enquanto você ao responder meu toque, meus beijos, fecha os olhos para esquecer o que passou, eu abro os meus e encontro tua face lívida, pedindo socorro e até meu perdão... E eu só tenho vontade de morrer.
Porque eu morreria assim. Eu me jogaria dessa mesma janela que agora olho inerte, pensando em tua suja traição.
Meu deus, estou louco! O que me fez ser assim? E Deus me responde: "ELA! Ela roubou suas energias, sua mente, seu corpo, sua alma..."
Desgraçada meretriz... Pisou nos meus pertences, deu um tiro no meu peito... E eu fiquei para trás... Mas porque a surpresa?
Você sabia, meu caro, que isso um dia aconteceria... Ninguém é capaz de suportar-me por muito tempo, tal louco...
- Ela é demais para você. - Cansei de ouvir de meus amigos.
- Ela quebrará seu coração em dois. - Cansei de ouvir de meus botões.
Ela chegou com uma conversa estranha... Que achava pecado tanto desejo entre nós. Que as vezes achava que seria melhor se nos separássemos. Deixar esse desejo libertino e audacioso ser esquecido.
- Você não me entende! Você nunca me entende! - Ela disse.
E como haveria de entender tal absurdo?
Mas agora é tarde, ela se foi e nem olhou pra trás.
Levanto-me da poltrona velha, descalço... "Onde estão meus sapatos?"
Não importa... Porque a ultima coisa que vejo é o ceu roxo de um amanhecer triste e sombrio. A ultima coisa que ouço, ou que juro ter ouvido, é ela chamando meu nome... Fecho os olhos e vejo seu sorriso, aquele jeito de olhar pra mim e saber o que eu estou pensando...
Atravesso o quarto, a janela... Me entrego no silencio da queda do 9º andar... Não tenho mais nada a perder... Eu já a perdi.
Sinto o frio cortar meu rosto antes de não sentir mais nada. Mais nada.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

Em 2011...

Quero ser mais paciente.
Menos ciumenta.
Menos doente.
Quero amar mais, sentir mais, viver mais.
Quero tocar uma musica e cantar ao mesmo tempo.
Quero estar por perto do meu amor.
Não quero mais dor.
Quero mais musica, quero mais entendimento.
Quero mais compreensão. Mais emoção.
Quero poder fazer amor o dia todo, sentir fluir pelo meu corpo toda essa vondade.
Queria mesmo era a eternidade
Mas se eu não conseguir, quero só mais tempo livre.
Quero uma casa tranquila, comigo e com ela dentro.
Trabalhar no que eu gosto, e adorar isso.
Não vou precisar de muito dinheiro, só quero o suficiente.
Quero viver em paz, com todo mundo, com quem me entende.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Uma semana.

Em uma semana ela me fez feliz como nenhum ser neste vasto planeta, com quem pelomenos topei no meu caminho, foi capaz de fazer.
Em uma semana o amor transborda, queima! Uma dor gostosa, inebriante, embriagante, como a ponta afiada de seringa da mais viciante heroína.
Nossas mãos se tocam, se esbarram, se atraem... Nossos corpos inquietos balançam, se esfregam, se movem contra o outro.
E quando os olhos se encontram, uma chuva de desejo nos toca, inabalavel, inadiavel, na boca, nos cabelos, no pescoço, no chão...
E quando de uma hora pra outra tudo muda, só quero segurá-la em meus braços e saber que ela é minha.
Uma criança que brinca, uma mãe cuidadosa que grita, que ameaça umas palmadas, mas no fundo é só ternura.
A mulher que mudou minha vida, em uma semana, quem dirá por uma vida inteira?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Amargo café.

Tuas palavras ainda ardem na minha garganta... Simplesmente não desce.
A digestão foi desagradável, tanto no meu estomago, aos nós, quanto na cabeça, aos gritos.
Poderiamos nos consertar caso a xícara quebrasse? Ou simplesmente a comtemplariamos, espatifada no tapete da sala.
Sinto ter deixado cair, manchou tanto.
A vida ficou escura, justo como a mancha que ainda permanece aqui, sem querer sair, sem dar o braço a torcer.
E o café, que antes gostava tanto de tomar nas minhas horas vazias, virou veneno que me queima as entranhas.
Mesmo ponha bastante açucar, é amargo como o dia em que me deixaste. Debaixo do sol quente, porta afora, tanto que agora não gosto mais de calor.
O tempo vai passando, ficando só meus recados nunca sequer ouvidos na tua secretária e uma vaga explicação de que teu número não existe mais.
Que no final, é sempre ruim de engolir.

domingo, 20 de junho de 2010

Impasse.

Eu nunca quis te iludir.
Eu só queria te ver cantar eternamente. Eu me sinto feliz.
Teus olhos me dizem tanto, mas tua boca não se mexe, simplesmente permanece inerte.
Eu preciso tanto das palavras, eu preciso tanto do teu toque. Que briga injusta, afinal.
O que é mais importante?
A parte em que você acorda e se vai, ou a parte que eu fico e canto junto?
Eu sei que isso vai me magoar, mas não há outro jeito, eu vou continuar.
Eu ficarei aqui, esperando um "sim" ou "nunca mais", de olhos abertos, vermelhos e vacilantes, olhando você tentar se explicar.
E quando hesita, me diz pra eu te deixar, meu mundo trava, minha garganta fecha, a voz embarga... Ao mesmo tempo que me consola com tua boca doce, eu fico nesse impasse.
Eu não posso te mandar embora, nem eu quero ir.
Se fosse diferente, eu não me sentiria tão limitada, com medo de que você suma.
Eu só queria que você soubesse que eu adoraria te amar. Você faz eu me sentir viva.
Eu sinto saudade. Tanta saudade que chega a doer.
Eu não quero sentir dor... Não mais.
Mas enquanto você se decide, me sinto vegetar.

terça-feira, 11 de maio de 2010

If it means a lot to you.


Ando estranha. Dias estranhos. Sem respostas.
Dizem que o silêncio significa "não". Eu estou começando a achar que sim.
Vazia outra vez, por mais uma noite não conseguir dormir.
O que anda acontecendo? Onde andaria você? Nada muda.
Me fere não saber.
E o mar assiste ao olhar ao longe, muito longe, sozinho e tristinho junto ao peito.
Dissolvo-me sem o teu tocar.
Estou longe e sozinha. Abro caminho, não sei bem, para onde quero chegar.
Será o vento que me transporta?
Eu apenas procuro o amor que você deixou ficar.
Não pôde levar, era pesado demais.
Eu sendo um fardo na tua vida, fiquei junto ao moinho.
À espera vi o vento passar, com as notícias de que você iria regressar…
Mas onde andaria você?


Ele é ainda mais belo em sua dor. Não grites mais, por favor.
Eu não mereço nada dela. Nada.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pinguim.

Num dia quente, o céu nublado.
Um simples comentário, um simples vislumbre. Eu não aguento mais de saudade.
Me dói fisicamente não te ter na minha vida.
E só a idéia de que você pensa que eu não me importo, ou pior, de que você não se importa mais, me faz morrer todos os malditos dias. Lembrando de tudo, lembrando do palhaço que havia em você, lembrando das lágrimas na frente de uma tela em branco com seu rosto nela, lembrando dos sorrisos, que poucas vezes pude ver em você, mas que foram inesquecíveis e tão felizes pra mim.
Eu queria perdão, queria que não guardasse rancor.
Eu já te perdoei, eu não guardei rancor.
Queria você de volta, nem que seja pra saber se você está bem. Queria uma trégua, um recomeço.
Queria que você soubesse que eu nunca esqueci nenhuma palavra escrita, dita, chorada.
Queria que você soubesse que eu não tenho sido nada mais que vontade de dizer-te o quanto fui burra e o quanto sinto tua falta.
Queria que você pudesse ler. E assim, saber que o que eu escrevo é pra você, assim como tudo mais que escrevi antes.
Desculpa, Pinguim.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

[Tradução] Pressão.

Me diga onde foi parar o nosso tempo e se ele foi bem gasto.
Apenas não me deixe adormecer me sentindo vazia novamente
Porque eu temo que possa ceder, eu temo que não possa aguentar
Esta noite me deitarei acordada... Me sentindo vazia.

Agora que eu estou perdendo as esperanças e não há nada mais nada a mostrar
Por todos os dias que passei, sendo levada pra longe de casa, pra lonje de você.
E mesmo assim, algumas coisas eu nunca saberei e eu tive que esquece-las
E de novo estou sentada completamente sozinha... Me sentindo vazia.



É.

[Tradução] Nunca vou deixar isso ir.

Talvez se meu coração parasse de bater não doeria tanto assim, e nunca mais eu teria que responder novamente a todos.
Por favor não me leve a mal, porque eu nunca vou deixar isso ir embora.
Mas eu não consigo achar palavras para te dizer.
Eu não quero ficar sozinha, mas agora eu sinto como se não te conhecesse mais.

Um dia você vai ficar cansado de dizer que está tudo bem, e por isso eu tenho certeza que eu estarei fingindo que não estou.
Por que este coração, bate, bate apenas por você?
Meu coração é seu. Mas você parece não o querer.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O Cinema.

Ela olhou pra trás e viu uma tela preta de cinema.
Letreiros desciam, com pequenas letras brancas, distorcidas.
Era tudo o que se fora, que se perdera.
Ela soube ao olha-las que pouco importavam.
Não surtiam efeito na platéia, que aos montes, iam embora sem ao menos prestar antenção na tela.
O filme acabara. A sala ficou vazia, escura e triste.
Poltronas vermelhas solitárias em fileiras aguardavam o próximo enredo.
E um novo filme começara.
Ao olha-lo soube que seria diferente, que prestaria atenção no letreiro no final.
E tudo aquilo era nosso.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Para ti, meu amor. ♥

Ele a encontra chorando.
Ela está sentada no último degrau, no alto da escada, desenhando lembranças com os dedos no vento.
Ela sorri em meio às lagrimas, em meio às lembranças de quão tola ela pôde ser um dia, dia que ficou pra trás, finalmente.
Ela percebeu que o melhor era poder perceber o quão feliz ela é por tê-lo em sua vida, por ele ter cruzado seu caminho.
Seus dias de tolice se foram, junto com os fantasmas que a assombravam há muito.
Ela sorri em meio às lágrimas, em meio ao soluço desvairado, de alívio e felicidade, sem o peso do mundo em suas costas, só de ter a certeza de que ele a ama e a espera, no corredor ao lado, de braços abertos para recebê-la.
Sem ter idéia de sua presença silênciosa a observá-la, ele se aproxima, senta-se ao lado dela, naquele último degrau, no alto da escada.
Ele a abraça como se ela pudesse se tornar parte dele, e se sente em casa quando ela o abraça tão intensamente de volta.

-Então, está tudo bem?
-Agora está, eu sei que te tenho. Está tudo bem e eu realmente não me importo com o resto.
-Sim. Eu sou seu. Todo seu. Única e exclusivamente seu.
-E eu sou feliz por isso.

Ela sorri mais uma vez, mas não há mais lágrimas, só o doce perfume dele em sua mente, onde ela descansa, inerte, em seu peito.
Em seus braços sim, era seu lugar.
E ela prometia a si mesma nunca sair de lá. Essa era sua escolha, e tinha certeza de estar fazendo-a certa.
Ela o ama, e isso para ela basta.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ontem.

Você não sabe quem eu sou.
E mesmo que soubesse, não me mereceria.
Você joga fora o amor que te dou de bom grado, maravilhada, cega na minha imaginação de perfeição.
Você não é nada, e está certo de admitir.
Mas porque eu ainda choro quando você vai embora?
E no dia seguinte é tudo igual, assim como no outro dia, e no outro, e no outro.
Eu tento, mas não consigo te tirar de mim.
Você é enorme, congelado dentro do meu peito.
Congelou tudo que há dentro de mim, e não posso seguir em frente.
Eu te amo tanto que chega doer. Eu te amo tanto que nem sei mais em que idioma falar.
Mas te odeio por não me amar, e por isso eu não te perdoo, nem por um segundo de incerteza.
Eu não te perdoo. Eu te odeio por me fazer chorar por você.
Eu te odeio por me fazer esperar [em vão] por você.
Eu odeio suas palavras, odeio sua beleza, odeio sua voz. Ou a lembrança dela.
Eu odeio quem te toca, quem te ve, quem te ama.
Eu odeio amar você, que me faz tanto sofrer, que a dor já virou permanente em mim.
De mim você só merece o meu desprezo e o meu pesar.
Mas isso eu não consigo te dar, e não sei diabos porque.
Eu só sei que continuo a te esperar, odiando amar você, odiando precisar de você, odiando ter de ouvir pelomenos uma palavra tua direcionada a mim.
E eu ganho teu desprezo, ao invés de te dar o meu. E eu te odeio cada vez mais. Odeio cada vez mais essa necessidade de amar você.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Um dia.

Um livro sobre a mesa. Uma rosa nos cabelos embaraçados.
Uma fatia de bolo pela metade, que juraste comer inteira.
Dedos trêmulos enquanto mãos se procuram, limpam os rastros de lágrimas acompanhados de um silêncio inquietante.
O vento sopra.
Olhos se fecham como quem cala um suspiro.
Um laço de fita no chão, perdido na calmaria anciosa.

-Um dia, casa comigo?

-Caso.

Olhos antes fechados, abrem-se numa felicidade desesperada, enchergam um sorriso marcado que já está ali faz tempo.
A dor se vai.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mais uma carta.

O rádio ligado, as mesmas canções cansadas. Descobre que o amor é mais que dar as mãos.
Agora, quando é tarde demais, ela chora. Invisivel em sua dor, ao lembrar-se de seus olhos furiosos, fuzilantes.
Dor excruciante.
Pensamentos indignos.
Momento inglório.
Se arrasta o tempo, traiçoeiro que não há de apagar a lástima.
Lágrimas salgadas na boca seca que jamais ele tocará novamente.
Deixara tão claro quando se fora:
- Saio da tua vida com esperança de que tu saia da minha.
E só.
E o desespero ao olhar o cômodo vazio é tanto, seu peito dói.
O chapéu coco, o moleton puído que deixou pra trás foi tudo que restou.
Saudade a mata, ela entrega-se de bom grado.
A morte é doce. Mas morrer de amor não conta.

-Quer um café?