quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Em letras garrafais ele escreveu no muro:

"Abaixo ao amor! Viva à pátria cheia de ódio, aos que matam, aos que tem fome!
Aos que se desesperam ao desenterrar os corpos dos filhos, dos irmãos, em meio aos destroços das catastrofes.
E aos que são hipócritas, que se dizem felizes com um enorme buraco no peito.
Aos devastados, aos sem coração, sem educação, sem escrúpulos.
Um viva maior aos desiludidos. Aqueles que perderam tudo, que perderam as esperanças e a vontade de continuar vivo por mais um dia de dor."

Do outro lado da rua enxerguei, em letras minusculas, apagadas, sem atenção.

"Paz."

E chorei.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um papel e uma caneta, por favor.

As palavras ficam soltas, eu nunca sei como mostra-las ao mundo, a quem me ouve.
As falas ficam estranhas, separadas, limitadas. As linhas sempre saem melhores.
É minha forma de me libertar, de fazer com que deixe de ser tão complexo esse meu ser vazio de voz. E quando eu fico cheia de nada, escrevo.
Escrevo porque preciso, registro para continuar vivendo. Porque cada momento é único e eu quero sempre me lembrar do que faz com que eu me torne e me sinta uma pessoa real.