terça-feira, 11 de maio de 2010

If it means a lot to you.


Ando estranha. Dias estranhos. Sem respostas.
Dizem que o silêncio significa "não". Eu estou começando a achar que sim.
Vazia outra vez, por mais uma noite não conseguir dormir.
O que anda acontecendo? Onde andaria você? Nada muda.
Me fere não saber.
E o mar assiste ao olhar ao longe, muito longe, sozinho e tristinho junto ao peito.
Dissolvo-me sem o teu tocar.
Estou longe e sozinha. Abro caminho, não sei bem, para onde quero chegar.
Será o vento que me transporta?
Eu apenas procuro o amor que você deixou ficar.
Não pôde levar, era pesado demais.
Eu sendo um fardo na tua vida, fiquei junto ao moinho.
À espera vi o vento passar, com as notícias de que você iria regressar…
Mas onde andaria você?


Ele é ainda mais belo em sua dor. Não grites mais, por favor.
Eu não mereço nada dela. Nada.

Um comentário:

  1. Eu sou o caos completo, a ferida que não se cura, a doença que esmaga a vontade de lutar pela vida. Tudo de ruim, a infelicidade em embalgem tamanho família, toda a dor que se abate no âmago daquele que chora. Sou tudo de mal que saiu da caixa de Pandora, a vertigem, nascido da imundície do pensamento, com caracteristicas animalescas. Não posso ter casa nem porto seguro, pois de tudo que há de bom no mundo me restou o escárnio de todos que ficaram com tudo. Sou a incapacidade personificada em forma de uma Hydra com tantas cabeças e nenhuma idéia. Sou a emoção onde ela não servirá, falso, mesquinho, mimado, infame... Eu não cresci, me foi privado tal capacidade. Eu sou a pobreza na dialética, o torniquete do fluxo de criatividade.
    Sou a latência da felicidade, o atraso na evolução do ser, a crítica não construtiva que toma forma em palavras. Desvairada é a vontade que me doma quando a ira monta em seu cavalo e cavalga pra fora do meu peito com os olhos vermelhos sedentos por uma justiça equivocada. Sou o que abriga dentro do peito essa enorme bola negra cheia de tristeza e que não tive coragem de mostrar a ninguém. Sou aquele que achou que tinha encontrado o que procurava, mas o que encontrei me provou apenas que não havia encontrado nada. Sou um mar de melancolia navegado por um barco chamado depressão. A insatisfação, o olhar de desaprovação, a inquietude do pensamento jorrando idéias podres na forma de uma hemorragia. Sou o dia nublado com pancadas de chuva. Sou o golpe desferido covardemente pelas costas. Qualquer um em sã consciência se afastaria de mim até que eu possa, sozinho, trocar todos os "Eu sou" por "Eu fui" neste texto.
    Cinthia Oliver

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