domingo, 20 de junho de 2010

Impasse.

Eu nunca quis te iludir.
Eu só queria te ver cantar eternamente. Eu me sinto feliz.
Teus olhos me dizem tanto, mas tua boca não se mexe, simplesmente permanece inerte.
Eu preciso tanto das palavras, eu preciso tanto do teu toque. Que briga injusta, afinal.
O que é mais importante?
A parte em que você acorda e se vai, ou a parte que eu fico e canto junto?
Eu sei que isso vai me magoar, mas não há outro jeito, eu vou continuar.
Eu ficarei aqui, esperando um "sim" ou "nunca mais", de olhos abertos, vermelhos e vacilantes, olhando você tentar se explicar.
E quando hesita, me diz pra eu te deixar, meu mundo trava, minha garganta fecha, a voz embarga... Ao mesmo tempo que me consola com tua boca doce, eu fico nesse impasse.
Eu não posso te mandar embora, nem eu quero ir.
Se fosse diferente, eu não me sentiria tão limitada, com medo de que você suma.
Eu só queria que você soubesse que eu adoraria te amar. Você faz eu me sentir viva.
Eu sinto saudade. Tanta saudade que chega a doer.
Eu não quero sentir dor... Não mais.
Mas enquanto você se decide, me sinto vegetar.

2 comentários:

  1. Meu no me é Cinthia Oliver apesar de musicista, escritora, professora, Não costumo muito publicar as coisas que escrevo, já escrevo há 8 anos, mais resolvi colocar esse pensamento nesta página afim de compartilhar tal mensagem humana, mundana e poética!


    Eu sou o caos completo, a ferida que não se cura, a doença que esmaga a vontade de lutar pela vida. Tudo de ruim, a infelicidade em embalgem tamanho família, toda a dor que se abate no âmago daquele que chora. Sou tudo de mal que saiu da caixa de Pandora, a vertigem, nascido da imundície do pensamento, com caracteristicas animalescas. Não posso ter casa nem porto seguro, pois de tudo que há de bom no mundo me restou o escárnio de todos que ficaram com tudo. Sou a incapacidade personificada em forma de uma Hydra com tantas cabeças e nenhuma idéia. Sou a emoção onde ela não servirá, falso, mesquinho, mimado, infame... Eu não cresci, me foi privado tal capacidade. Eu sou a pobreza na dialética, o torniquete do fluxo de criatividade.
    Sou a latência da felicidade, o atraso na evolução do ser, a crítica não construtiva que toma forma em palavras. Desvairada é a vontade que me doma quando a ira monta em seu cavalo e cavalga pra fora do meu peito com os olhos vermelhos sedentos por uma justiça equivocada. Sou o que abriga dentro do peito essa enorme bola negra cheia de tristeza e que não tive coragem de mostrar a ninguém. Sou aquele que achou que tinha encontrado o que procurava, mas o que encontrei me provou apenas que não havia encontrado nada. Sou um mar de melancolia navegado por um barco chamado depressão. A insatisfação, o olhar de desaprovação, a inquietude do pensamento jorrando idéias podres na forma de uma hemorragia. Sou o dia nublado com pancadas de chuva. Sou o golpe desferido covardemente pelas costas. Qualquer um em sã consciência se afastaria de mim até que eu possa, sozinho, trocar todos os "Eu sou" por "Eu fui" neste texto. Cinthia Oliver

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  2. Saudades das suas coisas. Sabe como é?

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