sábado, 20 de junho de 2009

O fim.


Seus olhos refletiam a dor, não se cruzavam nunca nos meus.Seus braços eram urgentes para se defender do meu toque, sua aura já não brilhava como antes.As mãos enfiadas no bolso, como quando ficava aflito, distraído.E então eu soube que iria me abandonar.As lágrimas caiam por minha face, traidoras silenciosas. Eu procurava seu abraço, mas ele estava tão longe de mim, se distanciando mais e mais a cada passo avante meu.Por que aquilo acontecia? O que havia de errado?Pra onde fora todo o nosso amor? E as juras que fizeste? Será que se cansou de sempre me salvar de meus próprios medos e insegurança?As dúvidas permaneceram e o fim chegou sorrateiro, cobra criada em meu conforto.Ao sol ele era o Adônis reluzente, sua testa franzida de confusão nunca fora tão cristalina, enquanto eu continuava em granito velho e sem graça.Eu não o prendia mais. Ele deslizou nas folhas secas de outono e se fora.Os dias passaram, os meses se foram e eu não tornei a ve-lo.Guardo na memória a imagem de meu anjo esculpido na mais preciosa das pedras e embora o tempo passe, ele continua o mesmo em meus devaneios, não é diferente nem por uma lasca.Meu único e verdadeiro amor.

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